domingo, 30 de dezembro de 2012

Os tipos que perdi

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lindona
 
Perdi três caras legais por sua causa. O primeiro, todo mundo sabe, foi uma tentativa mongolóide de me vingar pelo fim sem fim que você deu pra nossa história. Me arrependo de ter colocado ele no meio da nossa confusão, mas agradeço demais ao mesmo por ter sido o meu ar quando eu não lembrava como se usava o pulmão.
O segundo, ninguém soube, nem ele, que o meu motivo foi você. Somos, talvez, almas bem gêmeas. Eu e ele. Iguais, iguais, iguais… De doer o cérebro. Eu falo, ele completa. Eu penso, ele diz. Eu começo uma piada, ele termina e só a gente entende. Ele é tão igual a mim, que durante as poucas semanas que ficamos juntos, comecei a perceber o quanto sou chata. Resolvemos: somos amigos. Muitos amigos! E eu precisava de alguém assim na minha vida. Mas o meu motivo real, só assumo agora: eu não quis aceitar que minha alma gêmea não era você.
O terceiro, e mais recente, tá me fazendo pirar. Eu sei, no fundo do meu coração, que eu e você não faremos mais parte da vida um do outro. Sei que não sou sua mulher. Que não sou seu amor. Mas aceitar que outra pessoa me ame, me dá pavor! Vai ser a primeira vez, desde você, que alguém me ama. E eu tenho a lembrança do seu amor tão forte que se não for do jeito que eu acho que deve ser, vou chorar, gritar e querer morrer. Foi assim com tudo que eu fiz pela primeira vez depois de você. Ninguém nunca ganhou de você em nada. Mas amor é coisa séria e ele não merece o peso da comparação.
Meu trauma é tão grande que ontem eu não consegui nem sorrir quando ele fez aquela coisa clichê de pensar no nome dos nossos futuros filhos e etc., claro que ele percebeu, e ai surgiu você. Ele te chama de meu Fantasma, acho adequado, mas meio triste. Não queria ter precisado te matar pra poder continuar viva. No fim, nem deu certo. Você me assombra o tempo inteiro. Agora, tenho quase certeza, perdi esse também. Terceira chance de ser amada, terceira chance jogada fora por alguém que não lembra nem que eu existo.
Eu não te amo, não como a mulher que eu sou. Tenho certeza disso. Mas a menina que eu fui sempre vai te amar. E nós duas achamos que nunca iremos superar o medo de sermos deixadas de lado outra vez, por outra pessoa.
Quis escrever esse texto assim, direto pra você, porque apesar de tudo, só eu e você sabemos do amor que a gente teve e só a gente sabe da dor que um causou no outro. E se eu te dei traumas que sequer cheguem perto desse meu, desculpa.