segunda-feira, 25 de julho de 2011

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Não é que talvez o amor não seja necessário, mas porque mesmo sendo necessário, ele machuca. E ando muito ferida pra suportar um pouco mais de dor. Então eu queria que alguém me dissesse que vai ficar tudo bem, sabe? Porque esta incerteza toda tem me desnorteada demais. E uma ansiedade aguda toma conta de mim minuto a minuto.E ainda há a saudade.E mesmo que as previsões sejam positivas, tudo ainda me parece tão longe! E eu estou com pressa, e sede e fome demais. Percebe como minhas palavras estão respirando com dificuldade? Então eu te peço pra não me deixar tão sozinha assim nesta fase. Mesmo que haja sol e as ondas vão e venham incansavelmente me lembrando do movimento da vida, a sua voz me faz tanta falta quanto uma brisa. Não que tenha me faltado companhia, mas em algum momento o abraço termina porque as pessoas têm as suas vidas. E ainda, o barulho das cidades têm me incomodado tanto quanto este silêncio denso. Então eu fico sem saber pra onde ir. E fico tão sonolenta e encolhida no meu canto até que alguém venha me abraçar novamente. E às vezes esse socorro demora tanto por causa da minha necessidade sempre tão urgente de tudo. De paz. Por não querer sufocar ninguém, fico aqui, sufocada.
Só estou te dizendo estas coisas porque acho estranho você não ter a menor curiosidade em saber como tenho me sentido. Depois de tudo. Porque não existe um segundo sequer em que eu não pense e queira saber e deseje que você esteja bem. Só isso.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um ponto sem conversa

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Ele chegou mudo. Tentei puxar assunto tagarelando sobre o meu dia e a dúvida sobre o cardápio para o nosso almoço de domingo. Ele não respondeu, disse que precisava de um banho pra esfriar a cabeça. E foi aí que meu sexto sentido despertou para a posição de alerta. Saiu do banho cabisbaixo, passou pela cozinha e não veio beliscar a comida. "Alguma coisa tá errada", eu pensei. O chamei para jantar e ele disse que não estava com fome, eu me sentei em uma das cadeira da sala de jantar, as pernas estavam bambas, uma angústia no peito e a certeza de que realmente alguma coisa estava errada. Foi então que ele disse em voz baixa: "Precisamos conversar."
Eu desabei. Essas palavras nesse contexto não era um bom sinal. Minhas pernas estavam trêmulas, meu estômago revirado e o coração disparado... Ora, eu não sou nenhuma iniciante, já passei por isso e sabia no que iria dar.
Reagi na hora. Levantei subitamente da cadeira, peguei minha bolsa e sai. Antes que eu batesse a porta ele me perguntou pra onde eu estava indo. "Vou ali, não se preocupe porque eu vou demorar, você vai ter tempo." Respondi e sai em disparada sem olhar pra trás, sem nem mesmo saber que rumo tomar.
Andei muito, me distanciei o máximo de casa, mas meus pensamentos continuavam lá. Na volta o coração sangrava a cada passo, tive tanto medo, medo de voltar, de descobrir a verdade. Mil perguntas se passavam na minha cabeça: "Será que ele usou o tempo pra pensar ou pra fazer as malas?" "Será que acabou?" "O que ele queria me dizer?" "Não era melhor ter ficado para ouvir?"...
Parei em frente à porta, respirei fundo e a abri lentamente e lá estava ele a me esperar... mais uma vez o vazio dos pontos finais.

sábado, 9 de julho de 2011

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Poderia dizer que todo tipo de amor é eterno. Mas tenho um nó em minha garganta que às vezes me faz pensar o contrário. A vida poderia me dar sempre apenas motivos para sorrir, mas as coisas são assim mesmo. Tudo dói, mas depois passa. Aliás, o amor é assim mesmo. Tudo desmorona, mas depois passa. Poderia dizer que amanhã vai dar tudo certo, mas talvez, só por acreditar na felicidade, tudo pode me fazer chorar no dia seguinte.

sábado, 2 de julho de 2011

Tatuagem

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Sei que sempre fui medrosa pra essas coisas, mas resolvi que vou fazer uma tatuagem. Doer sei que vai, mas preciso de uma dor maior que a dor da falta de você. Preciso curar outra ferida que não seja o meu coração.