sábado, 30 de outubro de 2010

Reencontro

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Foi muito bom te reencontrar. Sentir aquele friozinho na espinha acompanhado daquelas borboletas no estômago como se fosse a primeira vez, realmente me deixou muito feliz.
Foi ocasional e desprogramado, adoro quando o destino me oferece esses presentinhos que enobrecem a alma. Mas apesar da brevidade, pude reparar bem naquele que sempre foi o meu pedaço preferido de você, seus olhos, e percebi que eles já não apresentam aquele brilho que eu, na minha inocência, teimava em chamá-lo de estrelinhas, sempre tive em seus olhos o meu céu particular. Talvez foi o tempo, talvez fosse só pra mim. É eu sinceramente prefiro acreditar na segunda hipótese.
Depois do olhar, o toque com o mesmo cuidado e carinho. Olha, é segredo, mas você sempre foi o meu super- herói favorito porque só a ideia de te ter por perto já ameniza a minha carência e me deixa mais segura.
E depois desse reencontro eu fiquei assim mais boba, aérea, nostálgica, sentindo saudade do que poderia ter acontecido, acreditando no que pode acontecer e exibindo esse sorriso de orelha a orelha.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

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             Queria sentir raiva, mas não posso, nasci para perdoar.
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O meu erro foi pensar que você era flor, quando na verdade você é espinho. E nessa condição era de se esperar que, mais cedo ou mais tarde, você iria me machucar.

Sem Graça

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Se só com você é que a minha vida tem graça. Isso significa que sem você ela só desgraça!
Para com isso, menina. Não fale palavrão! Mamãe reclama.
E ela tem razão, desgraça é um nome feio, porém mais feio que isso é ter que viver essa vida sem graça e sem você.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ímpar

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Tenho tentado viver, mas atualmente só sobrevivo, se você leu meus posts antigos vai saber que o meu coração já não está comigo, tive que arrancá-lo para me manter de pé. E mesmo que digam que as aparências enganam e mesmo que eu me cubra de maquiagem e recorra a camuflagens para transparecer uma boa aparência, não consigo, meus olhos me enganam e me desmentem. Tentei inventar uma nova vida, mas ela pareceu tão vazia que preferi voltar pra essa e me conformar com a saudade do passado. Preciso de muito amadurecimento para aceitar que estou sem êxito no amor, por tempo indeterminado. E digo mais, não gosto dessa ideia de que ninguém me merece. Eu me sinto especial, mas também excluída. Não me encaixo a nada, logo, sou ímpar... sem par. Sei lá, acho que a bruxa malvada destruiu de novo o meu final feliz ou o dragão engoliu meu príncipe encantado, enfim, só sei que mais uma vez estou sozinha. E por mais que eu agite as coisas e tente fugir da rotina o meu pensamento sempre me trai e os meus pés sempre seguem você. Tá, eu sei que você não vai mais voltar e olha, nem eu quero que isso aconteça, porque apesar dos pesares eu já avancei um bocado e pelo menos agora já posso suspirar sem que o meu pensamento seja invadido pela tua presença. O tempo é o melhor remédio, eu sei disso, por isso preciso de uma grande dose de tempo para que passe depressa essa dor de sentir falta, essas lembranças que eu tento apagar, que eu tento. E sabe o que mais dói? É saber que todos esses momentos e sentimentos foram outrora divididos, mas só eu lembro disso.

Laço desfeito

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Foi uma ação rápida, mas não indolor. Aquele chaveirinho que há pouco estava na minha mão agora está lá, quebrado no chão. Fiquei ali, olhando incrédula... Bateu um vazio, uma tristeza e aquela musiquinha: " O anel que tu me destes era vidro e se quebrou, o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou. E aí para dar maior veracidade ao fato, troca-se o anel pelo chaveiro.
O único laço de afeto foi desfeito. A única lembrança de carinho se espatifou. Aquele chaveirinho em forma de cisne, o único presente que você me deu, pequeno, barato, mas o único e simples presente que você poderia me dar naquela ocasião se quebrou. E com ele o amor que também acabou, se é que algum dia ele existiu.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A triste amendoeira e o outono consolador

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De todas as estações do ano o outono é a minha preferida. Aprendi, por exemplo, a superar dores de amor com uma amendoeira que ficava ao lado da janela do meu quarto. É durante o outono que a amendoeira realiza sua maior transformação. Livra-se das folhas secas, renova-se e dar frutos. No campo amoroso esse processo não difere muito. Com base nos desconsolos da amendoeira passei a esperar pacientemente o outono chegar, e quando ele chegar, primeiro preciso me livrar das folhas mortas que são esses ressentimentos e essas lembranças que não servem para nada além de me fazerem sofrer, afinal o passado nunca volta. Depois, terei eu mudar de hábitos, aliás estou pensando seriamente em virar vegetariana, a notícia que um boi come por 60 famílias me impressionou muito, além do que o excesso de carne atrapalha a meditação e o desenvolvimento espiritual. Preencher minha rotina com alguma coisa que fuja da rotina para que talvez o meu pensamento fuja de você (seria um avanço e tanto) e por fim, os frutos. Uma nova vida, zerada, pronta para um novo amor. Aí sim, pode vim as flores e os encantos da primavera, a alegria e a intensidade do verão e o friozinho aconchegante do inverno.

Ser Companhia

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Ser companhia é simplesmente estar ali, presente, ao lado de quem precisa de você. Muitas das vezes a fala e os efeitos extraordinários são totalmente dispensáveis. O importante é comunicar ao outro que ele não está sozinho.
Ser companhia é perceber a carência do outro. É cuidar, proteger, sem incomodar, apenas acompanhar.
É  uma tarefa para amigos, amantes e para aqueles que te querem bem. é um serviço de lealdade, muitas vezes, realizado com maestria por animais de estimação, podendo ser estes um cachorro, um gato e até mesmo um peixe. Pois ser companhia se resume a compreensão e união de almas.
E o que dizer em momentos de dor? Nada, não precisa dizer nada, apenas sentir. Em determinados momentos as palavras só conseguem incomunicar.
O que importa é estar ali no momento certo, fazendo-se companhia.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Você não merece

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Não vou dizer que preciso de você, porque infelizmente, não posso precisar. Não vou dizer que gosto de você, porque você não merece meu amor. Não vou dizer que não sofri, porque ao contrário de você, não tenho medo de ser feliz. Não vou dizer que o mundo é cruel, porque eu tenho certeza que para você ele será pior. Não vou dizer que achei normal, porque para mim sinceridade é fundamental. Não vou dizer que não chorei, embora você não mereça. Não vou dizer que sinto saudade, sentir saudade do que nunca foi meu, de fato, seria patético. Não vou dizer que te odeio, mas com você minha consideração não existe mais. Não vou dizer que não estou triste, mas a decepção é ainda maior. Não vou dizer que é fácil escrever isso, mas te esquecer é mais difícil. Não vou dizer mais nada, quem não merece minha consideração nunca merecerá meus sentimentos e tampouco minhas palavras.

Bicho Solto

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Um menino que não sabe falar a verdade e quando fala, o faz em tom de brincadeira.
Tem a estranha mania de aprisionar passarinho, mas quando se sente cercado, foge.
Apesar de manso, não se deixa domesticar e estranha excessos de carinho. O máximo que podemos fazer por ele é alimentá-lo, afagá-lo por alguns momentos e deixá-lo ir.
Ele não é meu, nem seu, nem dele mesmo, pertence ao mundo. E como o mundo dá voltas, talvez um dia ele volte!

sábado, 9 de outubro de 2010

Folhas ao vento

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Parece que a nossa vida de relacionamentos está marcada pelos desencontros. Procuramos tanto o outro lado da laranja e quando finalmente encontramos percebemos que ele já apodreceu. Então, caímos no abismo da frustração, do desencanto, na dolorosa sensação de folha morta que vaga pelo tempo frio.