segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A triste amendoeira e o outono consolador

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De todas as estações do ano o outono é a minha preferida. Aprendi, por exemplo, a superar dores de amor com uma amendoeira que ficava ao lado da janela do meu quarto. É durante o outono que a amendoeira realiza sua maior transformação. Livra-se das folhas secas, renova-se e dar frutos. No campo amoroso esse processo não difere muito. Com base nos desconsolos da amendoeira passei a esperar pacientemente o outono chegar, e quando ele chegar, primeiro preciso me livrar das folhas mortas que são esses ressentimentos e essas lembranças que não servem para nada além de me fazerem sofrer, afinal o passado nunca volta. Depois, terei eu mudar de hábitos, aliás estou pensando seriamente em virar vegetariana, a notícia que um boi come por 60 famílias me impressionou muito, além do que o excesso de carne atrapalha a meditação e o desenvolvimento espiritual. Preencher minha rotina com alguma coisa que fuja da rotina para que talvez o meu pensamento fuja de você (seria um avanço e tanto) e por fim, os frutos. Uma nova vida, zerada, pronta para um novo amor. Aí sim, pode vim as flores e os encantos da primavera, a alegria e a intensidade do verão e o friozinho aconchegante do inverno.

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