sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A dor da Bailarina

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Ando meio esquecida de mim. Sentindo falta do que eu era, do que eu queria ser. Acordava cantarolando Lulu Santos: "Mamãe, eu vou pra Califórnia, vou ser atriz de hollywood, ser uma artista de cinema, o meu destino é ser star". Gostava tanto dessa música e do medo que ela causava nos meus pais. Apesar da minha capacidade nata para dramas, resolvi seguir por outro rumo. Queria dançar, libertar a alma do corpo por uns minutinhos. Me tornei bailarina, com toda sua sutileza e elegância e o biotipo alá Olivia Palito ajudou. Dos três ao quinze anos, uma vida vivida na ponta dos pés. As pessoas admiravam, aplaudiam, mas depois o palco se calava, a platéia se esvaziava, as luzes apagavam e eu ficava ali com os pés doloridos e cansado de tantas contusões e apesar disso eu amava aquilo tudo. O problema é que eu sempre fui muito promíscua e costumava mudar de amores facilmente. E assim abandonei a grande paixão da minha vida. Depois de tanta dor e com muita dor a deixei pra trás. Hoje, seis anos depois entendi que a dor é passageira, o amor não.

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